terça-feira, 26 de julho de 2011

Que feio, Mediterra Art Hotel

Eu devo ter comentado en passant aqui no blog que o hotel em que ficamos em Antália era bem meia boca...

Eu resolvi fazer esse blog como um tipo de agradecimento aos viajantes que já foram e compartilharam suas escolhas más ou boas e também como uma contribuição aos viajantes que se sentem tão perdidos na hora de planejar uma viagem.

Por isso, tantas vezes mencionei aqui foruns de discussão tipo o Mochileiros ou o TripAdvisor. Acho que o sucesso da nossa viagem foi devido grande parte às opiniões SINCERAS dos viajantes sobre hotéis, restaurantes e atrações.

Durante a viagem, eu havia me comprometido a escrever reviews sobre todos os hotéis pelos quais passássemos durante as viagens, porque a escolha dos hotéis ocupou grande parte do tempo que gastei planejando, e, justamente por causa de reviews, escolhemos um ótimo hotel em Istambul (esse) e sabíamos que teríamos algum tipo de problema nesse, porque as reviews não eram muito boas (mas era a nossa melhor opção disponibilizada pela Bancorbrás), me senti mais segura com a indicação do hotel em Göreme (esse) e achei, mesmo gastando 30 reais por MB navegado em roaming internacional (foram 2 mb no total), pelo celular, no meio das ruas de Selçuk, um hotel razoável para que passássemos a noite (esse). As reviews sinceras de viajantes que pautaram nossas escolhas durante a viagem inteira.

Pois eis que hoje, após minha segunda review (clique aqui para lê-la) no Trip Advisor (a primeira foi sobre a empresa de balões na Capadócia, a Butterfly Balloons, que você encontra aqui), em que eu critiquei o serviço do hotel Mediterra Art, em Antália, recebi um e-mail ultrajante do manager do hotel, falando que ficou DECEPCIONADO com a minha review, que foi feita 6 MESES APÓS MINHA ESTADIA (de abril a julho são quantos meses mesmo?), quando eu havia dado minha PALAVRA DE QUE FARIA UMA BOA REVIEW (oi?) e que, por favor, eu que APAGUE A MINHA REVIEW.

Segue abaixo a lindeza do e-mail:

Dear Machado ,
I am Murat YURTLU
I am dissapointed Üzgün gülümseme When I read your review. You had stayed in our Hotel 1 night on the 16th of April and you typed below review  about 6 months later.

“Staff not very friendly, very good location” 3 of 5 stars Reviewed July 24, 2011 NEW


Trip advisor always provides the current review for hotels and If you pay attention our reviews are getting wonderfully, except your review.  This is very important for our Hotel and me. Even tough You had given me a word to give a good review. I kindly request you delete the review on the trip advisor. I thought you had got very happy stay in our Hotel.
Thanks
Regards
Murat
Mediterra Art
Traduçón livre (com adaptações):
 Estou decepcionado =( com a sua review. Você ficou no nosso hotel por 1 noite em 16 de abril e escreveu a review abaixo 6 meses depois.
O Trip Advisor sempre fornece as críticas atuais aos hotéis e, se você prestar atenção, nossas reviews vão muito bem, exceto pela sua. Isso é muito importante para o nosso hotel e para mim. Mesmo que vc tenha dado sua palavra que nos faria uma boa review. Eu gentilmente peço que você delete a review no Trip Advisor. Eu pensei que você tinha ficado muito feliz no nosso hotel. Snif, snif. 
Ora, eu reparei que antes da minha review o hotel estava na posição nº 13 no ranking dos viajantes, e após ela ser postada, ele abaixou para 14º. Eu não estranho que o manager deve ter ficado tiririca. Mas gente, review é review. E não é como se eu tivesse escrito uma má review no site do hotel, eu fiz uma review condescentente, tentando não ser muito má, porque eu sabia que ela iria me causar problema exatamente pelo fato do Mediterra ter sido o único hotel a ter praticamente me constrangido a escrever uma boa review (veja abaixo). Na época eu ri, porque era ironicamente o hotel em que eu iria escrever uma má review com o maior prazer, e demorei tanto tempo pra escrever exatamente pra evitar esse tipo de fadiga.

Esse foi o e-mail que eles me mandaram após a hospedagem:

From: info@mediterraarthotel.com
Sent: Thursday, April 28, 2011 1:39 PM  
Subject: Hello from Mediterra Art Hotel / Antalya  


Dear ROSANA VIEIRA MACHADO, RACHEL VIEIRA MACHADO and NATHALIA VIEIRA MACHADO ,  


How are you?   We hope everything is perfect for you.

If you have appropriate time , Could you give an excellent review using this link, please?

Please don’t forget to check your e-mail 1 day later for the confirmation to publish.
And Also You can visit our Facebook page, Please visit our hotel website and click the facebook icon on the screen right down side.

Thank you very much,

If you have any request from us or If there is something else what we can do for you , We are always ready for your wishes. Please always remember, you have home in Antalya.

Kindest Regards

Murat YURTLU

Mediterra Art Hotel

Traduçón livre (com adaptações):
Olá ROSANA VIEIRA MACHADO, RACHEL VIEIRA MACHADO and NATHALIA VIEIRA MACHADO ,
Tudo belê? Espero que esteja tudo bem.
Se vocês tiverem tempo, será que vcs poderiam fazer uma EXCELENTE REVIEW do nosso hotel usando este link, han, han? Please?
Não esqueçam de checar seu email 1 dia depois pra confirmar a review!
Vcs também podem nos visitar no Facebook blablabla
Se vocês tiverem algum outro desejo ou se há algo mais que possamos fazer por vocês, estamos sempre prontos para realizar seus desejos. Lembre-se, você tem um lar em Antália.

Atenciosamente,

Gênio da Lâmpada.


Enfim. O fato é que eu tô muito brava. Isso foi um constrangimento. Eu sou sensível com coisas que chegam diretamente ao meu e-mail me hostilizando.

A conclusão a que eu posso chegar sobre a página de review deles do TripAdvisor é que ela não é 100% confiável, porque né? Quantas pessoas esse manéger deve ter enchido o saco pra apagar review? Quantas reviews ali são realmente de pessoas que passaram pelo hotel de verdade?

Se um hotel espera boas críticas, primeiramente, ele deve ser humilde para aceitar as críticas de seus clientes, e depois trabalhar em cima do que foi criticado. No meu caso, colocar um staff que fale inglês (já que quer cobrar tudo em euro, porque o hotel é de categoria internacional, bote um staff igualmente capacitado, e que não sorria para os hóspedes somente na hora em que pede uma boa review no TripAdvisor).

Da minha parte, o Mediterra Art Hotel vai receber muita publicidade negativa. Quem sabe assim eles sejam mais honestos com os clientes e com eles mesmos.

A wi-fi só pegava na porta


Eu tava doida pra usar esse chuveiro, mas ele não funcionava direito


Cama com insetinhos e terceira cama é sofá-cama

Lugar legal, piscina suja


Mediterra: seria legal se não fosse palha


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mais um link, e fotos saindo do forno

Matéria da Viaje Aqui sobre a Turquia. Porque links nunca são demais.

E ó ali no cantinho direito, gente! Tem fotos novinhas pra vocês verem!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Programa Sem Fronteiras, sobre a Turquia

Ih, hoje tô cheia dos links.

Pra quem quiser saber a quantas anda a situação política na Turquia, o Embaixador da Turquia me enviou esse link sobre o programa Sem Fronteiras (o vídeo abaixo), que passou na GloboNews, e fala sobre as eleições gerais que ocorreram na Turquia em junho. Ele dá uma entrevista no final.

Portal Turquia

Ó, tô com vergonha que sumi.

E tô com vergonha que nem vou escrever um post enorme com dicas pra vocês.

Mas eu só vim porque achei um link legal que achei que vocês iam gostar.

É o Portal Turquia, site da Malga di Paula, esposa do Chico Anysio. Ela é consultora cultural pra Turkish Airlines no Brasil, tem uma empresa de turismo especializada em Turquia, já foi lá 453 vezes, e toda vez que aparece o Paulo Coelho pagando mico na Turquia ou algum desses na Caras, quem tá lá ciceroneando é ela.

Na primeira página tem um FAQ bem interessante, com perguntas desde "Quando ir" até "Os turcos têm 4 mulheres?"

É claro que o site não é tão divertido quando este blog, MAS, infomação é informação e eu me comprometi em passar.

Este post não foi patrocinado, mas aí Malga, linka o blog no seu site né, uma mão lava a outra.

E eu prometo, PRO-ME-TO, que já já to escrevendo um post daqueles cheio de fotos e causos pra vocês.

Só de amigo meu eu já sei que tem uma galera indo hein! Volta aqui pra contar, gente!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Make-up e afins: no free-shop ou lá?

A Sheila mandou um comentário perguntando sobre a loja da MAC:

"Oi Nathália,

Adorei que voltou a escrever. E que consegui aproveitar mais esse post antes da viagem. Estou começando a achar que os dias que reservamos para Istambul são poucos. Agora uma perguntinha sobre um outro post. Você foi na loja da MAC em Istambul? Queria saber se vc achou mais barata que o free shop. Caso contrário não vou perder o pouco tempo que estou começando achar que temos para visitá-la?
Muito obrigada por todas as informações. Esse blog vai bombar mais e mais com tanta informação boa.

Um grande abraço,

Sheila" 

Sheila, nós estivemos na MAC em Istambul, sim.

Nós fomos na da Istiklal Caddesi (a rua das compras, que merece um post só pra ela). Eu não comprei nada nela porque eu já estava no fim da viagem e achando que ia estar falida pelo resto da vida, mas, como boa habitué, eu fui pesquisar se a loja era boa mesmo.

A loja é grande, cheia de atendentes maluquinhos (homens e mulheres, todos maquiados), com muita variedade de produtos. Tem os produtos PRO, com muitos produtos (a PRO de Buenos Aires dá até pena), tem coleções recém-lançadas, e pelo que eu vi, parece ter todos os itens que normalmente não existem em loja nenhuma no Brasil ou em free-shop.

Sobre o preço, a loja na Turquia é mais cara que no free-shop, mas mais barata que no Brasil, de 30 a 40 reais, que, se você for ver, é muita coisa.

Vale a pena comprar lá pela variedade. Você dificilmente vai achar tudo o que você quer no free-shop. Na verdade, você só acha as coisas no free-shop se dá a sorte de chegar lá no dia da reposição. Nessa loja da Istiklal, tinha batom que eu não acho aqui nem a pau, tipo o Rebel ou o Overtime Pro Longwear. E isso vale pra outras marcas também. Eu não comprei meu rímel de tecnologia de tubos lindo e maravilhoso da L'Oreal porque não achei nem na ida saindo do Brasil nem na volta chegando no Brasil. Só achei na chegada a Istambul e era o mesmo preço que era em dólares no Brasil só que em Euros!

(Só no Free-shop, tá, gente? Os preços em lojas normais na Turquia são sempre em liras turcas)

O mesmo aconteceu na loja da Clinique, que fica na Istiklal também, era um pouco mais caro que no free-shop mas ainda assim mais barato que no Brasil. Um creme da Clinique que minha mãe usa que o de 30 ml custa R$ 250 custou YTL 179 o de 50 ml. De qualquer jeito, a Clinique é muito bem servida em free-shops por todo o mundo, então eu acho que é mais fácil comprar Clinique em free-shop do que MAC.

Veja o que é melhor pra você. Quando se trata de produto que eu quero muito, onde quer que eu o encontre, eu compro pra não correr o risco de ficar sem. E a diferença de preço do free-shop para o preço original nos EUA é coisa de US$ 1,50.

Então, essa questão de comprar no free-shop logo tudo de cara ou esperar pra comprar lá é relativo.
Eu faço assim: se eu acho no free-shop, eu compro logo. A não ser que você esteja indo pros EUA ou Canadá, as chances do free-shop ser sua opção mais barata são enormes (to falando especificamente de MAC, Clinique e essas coisas).

Mas ATENÇÃO, loucas do free-shop: aproveitem o free-shop DO BRASIL, porque o free-shop da Turquia é em EUROS, e aí, o batom que era 15 dólares vira 15 euros e depois vai vir moça aqui reclamar comigo porque eu disse que o free-shop é mais barato.

Na minha opinião, Sheila, visitar loja da MAC nunca é perda de tempo. Mas se você quiser mesmo enlouquecer com o pouco tempo que você tiver, só falo que um pouco antes da loja da MAC tem uma Sephora. Ela não chega aos pés da de Paris, ou mesmo da de Rhodes, a que também fomos, mas eu passei bem umas 2 horas lá dentro.

Pra quem gosta de maquiagem, fique ligada, porque a Turquia tem muitas marcas maquiagem de farmácia muito boas, com muita variedade, que deixa os nossos Vult no chinelo.

Na frente da Sephora tem um stand de uma marca chamada Flormar, que vende maquiagens e esmaltes mil. Fiquem ligadas também na marca de esmaltes e make up Golden Rose. Tem muita coisa legal.

Esmalte pouco é bobagem

terça-feira, 7 de junho de 2011

Depoimento da Laura

Ê! Viajantes perdidos da Turquia! Estamos fazendo um network!

A Laura escreveu sobre a viagem dela nos comentários, e vou postar aqui pra vocês verem.

Aparentemente ela também parou na Vila no Fim do Mundo, Anadolu Kavagi, só que foi esperta e pegou o bonde barco mais cedo. Pelo visto visitou até mais coisa que a gente, já que estávamos preocupadas demais com a volta para explorar a vila mais pra dentro.
Enfim, Laura, adoramos o comentário! Comente sempre que puder pra complementar os posts!

"Oi Nathalia,

Chegamos dia 27.05 e um reforma doméstica me impediu de entrar em contato (Ixe! Será que é uma maldição do Sultão Mehmed visitar Istambul e na volta encarar uma reforma...).
Suas dicas foram maravilhoooosas, a colinha voltou um lixo! Istambul é uma cidade que hipnotiza seus visitantes com seus museus, mesquitas, palácios e bazares. A culinária, por sua vez, é um item à parte devendo ser apreciada com atenção e tranquilidade, como no filme TEMPERO DA VIDA. De um modo geral demos sorte, o clima estava mais agradável e o fluxo de pessoas menos intenso! Pareceu-me que os muçulmanos pelos seus hábitos e trajes, preferem visitar seus monumentos nas épocas mais frias do ano (chute!). Aproveitamos sua experiência para tentar não errar no passeio ao Estreito de Bósforo e graças a você e Alah deu tudo certo. O traslado público é muito curto e para quem dispõe de tempo e gosta de fotografar existem três tours diários e uma opção non-stop aos domingos. Optamos por um trajeto intermediário, compramos o ticket no porto de Eminönü a 25 YTL e saímos mais cedo, às 10h35, com retorno previsto para as 15h. O barco fez seis paradas até chegar ao destino final: o pequeno vilarejo Anadolu Kavaği, no lado asiático. Lá, é possível visitar as ruínas de um antigo forte bizantino do século 14 de onde se tem uma bela vista do Mar Negro e, de quebra, saborear um peixe barato, mais uma vez graças a você... Perguntamos umas 500 vezes o valor do prato e como era servido... Outro programinha interessante é o banho turco. Fomos ao Çeberlitaş Hamami, a entrada minúscula entre lojas passa completamente despercebida. O espaço é considerado um “monumento” construído em 1584 pelo famoso arquiteto Mimar Sinan, que se mantém em funcionamento até hoje... O lugar é lindo, imenso! A ala feminina fica distante da ala masculina. As salas, o chão, o atrio central, as paredes, as piscinas laterais são em mármore bege. Uma abóbada majestosa com desenhos vazados cobre a sala principal dos banhos. As grandes colunas em mármore são arrematadas com elementos superioes em forma de tulipas. São oferecidos vários pacotes, o de 99 YTL inclui tratamento de espuma, esfoliação com uma “kese” – luva feita de tecido rugoso e massagem de azeite. Imagina, depois de um dia de caminhada intensa...

Nossa! Fiquei inspirada com os seus relatos que continuam fantásticos! Mas uma vez obrigada pelas informações, continuarei acompanhando o seu blog.

Abraços, Laura."

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Top list MAMÃE, TÔ EM ISTAMBUL - Parte 1

Bom, voltando a Istambul (amantes da Capadócia, segurem as pontas aí que o post de lá tem que ser o crème de la crème), eu vou fazer outro top 10, dessa vez sobre o que visitar. Só que eu tive que dividir os posts, porque só o que eu tinha pra falar do Topkapi já é uma bula papal.

A maioria das pessoas nunca sabe quantos dias se passar em cada lugar, principalmente em Istambul. Por mais que os pontos turísticos não sejam muitos e sejam, em sua maior parte, muito próximos uns dos outros, pelo que eu vi, Istambul é uma cidade onde pode se passar 1 mês e você não vai ter acabado com suas opções de visita. Tudo depende do interesse também, né? Eu, por exemplo, posso ir de observar quadradinho a quadradinho no museu de mosaico a passar um dia inteiro num dos mil shoppings da cidade.
De qualquer jeito, top list é top list e eu vou colocar nesse e nos próximos posts o que você deve não tentar perder. Força na peruca!

TOP 10 MAMÃE, TÔ EM ISTAMBUL! - PARTE 1 

A Mesquita Azul

1. Mesquita Azul 

A Mesquita Azul (Sultanahmet Camii), também conhecida como Mesquita do Sultão Ahmet, é uma mesquita que mistura os estilos otomano e bizantino, construída pelo arquiteto Sinan, o chefe dos arquitetos imperiais, construída de 1609 até 1616, durante o reinado do sultão Ahmet I. A mesquita é uma das duas únicas na Turquia com seis minaretes. A outra é a Mesquita Sabancı em Adana.

Quando os minaretes foram construídos, as pessoas acharam que o Sultão estava sendo presunçoso, já que, à época, a mesquita da Ka'aba em Meca (no Palácio Topkapi tem uma seção sobre arte islâmica onde há muitas coisas sobre a Ka'aba.) tinha a mesma quantidade de minaretes. Bom, o Sultão, que não era bobo nem nada, resolveu esse problema encomendando um sétimo minarete para a mesquita de Meca.
A Mesquita fica em frente à praça Sultanahmet, do lado oposto à Hagia Sophia.





Visitantes não-muçulmanos são bem-vindos em todas as mesquitas, observando, claro, o vestuário. Não se podem usar shorts, saias ou blusas sem manga. É claro que, no nosso caso, isso não foi problema porque eu queria mesmo estar vestida de esquimó, mas dizem que no verão o calor lá fica bem tenso, e vou te falar que o chulé do carpete, que no inverno já é notável, deve ficar insuportável.

Os sapatos são retirados à porta da mesquita, e eles oferecem saquinhos pra você botar o seu. Só por motivos higiênicos, vá de meia.

Botando os tênis nos saquinhos

E fique ligado pra ir pra entrada logo antes de terminar a reza, porque junta um monte de turista louco querendo entrar e a fila não é bonita, não.

Todo mundo querendo entrar na Mesquita Azul
Lá dentro, e o carpete chulezento
A própria mesquita normalmente oferece um lenço para mulheres cobrirem o cabelo para entrar lá, mas quando tem muito turista, muitas mulheres acabam tirando o lenço, pq né, olhar pra cima sem o lenço cair se você não sabe as manhas de prender não é tarefa fácil. Mas ó só... você tá em Istambul... em qualquer lugar você compra pashminas a YTL 10... e você não vai comprar a sua pra estreiar dentro da Mesquita? Pufavô, né?
Inshalá que vendem véus pra barrar o vento gélido do Ártico em todo lugar


A Mesquita funciona de segunda a domingo de 9h as 18h, com exceção dos horários de oração, em que eles fecham a visitação durante 30 minutos, 5 vezes ao dia. Vá se acostumando com o horário das orações. A primeira é as 5 a.m. e eles usam ALTO-FALANTES, pra você não esquecer que Allah é grande. A entrada é gratuita.



A Hagia Sophia

2. Aya Sofya (Hagia Sophia)

Em frente à Mesquita Azul fica a Santa Sofia. Originalmente construída como uma basílica ortodoxa no século V d.C., foi dominada pelos otomanos quando eles invadiram Istambul (à época, Constantinopla) em 1453, e foi então convertida em uma mesquita. Foi finalmente convertida em museu pela República Turca em 1935. Hoje em dia, o museu contém relíquias sagradas e murais extraordinários de mosaicos bizantinos em ouro (chorei).

A estrutura da basílica mede 56 metros de altura. Ela foi construída em impressionantes 5 anos por cerca de 10.000 trabalhadores e 100 mestres de obra. Foi feita sob o império de Justiniano, que havia decidido construir algo particularmente esplêndido no lugar onde as 2 igrejas anteriores haviam sido destruídas. Quando foi concluída, Justiniano a comparou com o Templo de Salomão em Jerusalém, e disse: "Salomão! Eu te superei!"

Realmente, a basílica é linda de se ver por dentro devido aos lustres pendurados. Dá um efeito muito bonito.

"Quero um desse na minha sala"
Estrelinhas

O museu funciona de terças a quintas, de 9h às 16:30. Fechado às segundas. O ingresso custa YTL 20.

Cuidado: não leve tripés pra sua câmera para lá, os turcos se apoderam dela e você pode ter problemas em pegar de volta se o museu estiver fechando.


O Palácio Topkapi

3. Palácio Topkapi (Topkapı Sarayı)

O Palácio Topkapi foi o centro administrativo e residencial do Império Otomano durante séculos. O Palácio é praticamente uma cidade, e cobre uma área de quase 500.000 m². Fica no topo de um monte com uma vista belíssima do Chifre de Ouro, do Bósforo e o Mar de Mármara.

Nos tempos do império, havia em torno de 20.000 pessoas trabalhando e vivendo lá, sendo 5.000 residentes permanentes. Lá, o sultão e o Divan-i Hümayun (Conselho Imperial) discutiam os assuntos administrativos, legais, sociais e culturais do estado.

Mehmed II, aquele, que conquistou Istambul, começou os trabalhos do Topkapi logo após a conquista da cidade em 1453. Seu primeiro palácio, o Eski Saray (Palácio Velho - eu me pergunto se na época em que ele não era velho ele era chamado só de Palácio) ficava no lugar que foi mais tarde ocupado pela Mesquita Süleymaniye e a Universidade de Istambul. Mehmed II queria uma estrutura maior e mais eficiente feita somente para atividades administrativas - e um lugar que refletisse a glória e o poder do império e que comemorasse a conquista de Istambul. O lugar selecionado foi a antiga acrópole, que foi uma área também utilizada pelos líderes bizantinos.

A concepção to palácio foi supervisionada pelo sultão. A construção aconteceu entre 1459 e 1465. Foi inicialmente chamado de Yeni Saray (Palácio Novo ¬¬). Um dos portões do palácio, o Topkapi (Portão do Canhão) deu origem ao nome atual.

O mapa original do Sultão Mehmed II incluía os três primeiros pátios; o Harém foi adicionado no século XVI e o quarto pátio, no século XVII. Incêndios, especialmente os de 1574, 1665 e 1865, destruíram muitas das construções originais.

O Palacio Topkapi refletia claramente o império do Sultão Mehmed II. O primeiro pátio funcionava basicamente como área de serviço; era aberto ao público e incluía a tesouraria externa e o arsenal, com escritórios, despensas e dormitórios para os que serviam o Palácio mas não exatamente residiam lá. Somente duas construções originais do primeiro pátio ainda sobrevivem.

O Palácio mesmo começa no segundo pátio. Aberto somente para aqueles que mantinham negócios no palácio, ele continha escritórios e instalações que incluíam o Conselho Imperial. Todos, exceto o sultão, tinham que descer dos cavalos na entrada e ir andando a pé.

À direita do segundo pátio, há dez câmaras enormes onde ficavam as cozinhas (não conseguimos entrar pois estavam em reforma), cada um servindo diferentes residentes do palácio, como o sultão, as rainhas-mães, funcionários do Harém e ministros do Conselho Imperial. O arquiteto Sinan projetou as cozinhas depois do incêndio de 1574.

Alguns registros indicam que, em um dia normal, 5.000 guardas imperiais e soldados ocupavam o pátio. Durante feriados religiosos e quando embaixadores de outros países apresentavam suas credenciais ao sultão, esse número dobrava. Ainda assim, o silêncio aparentemente reinava, cumprindo o protocolo imperial.

Ao fundo do segundo pátio há um portão enorme, o Bab üs-Saadet (Portão da Felicidade). O Sultão sentava-se em frente a esse portão durante cerimônias e feriados religiosos, recebendo os ilustres membros do estado. Esse portão dá acesso ao terceiro pátio, que é o palácio interno, reservado ao Enderun (a Escola palaciana, que treinava jovens estudantes para serem fiéis servidores do governo).


Cerimônia com o Portão da Felicidade ao fundo
Sultanathalia e Sultanrachel no Portão da Felicidade
No terceiro pátio é onde ficam as salas em que, hoje em dia, estão expostos os Tesouros Imperiais, incluindo a adaga MUITO RHYCA com três esmeraldas maiores que a minha mão que vale mais do que eu vou conseguir juntar durante a minha vida inteira. Você sai dessas salas parecendo a Khadija d'O Clone, sacudindo as pulseiras querendo casar com um marido que te dê MUITO OURO!!!!


Peixeira de pobre

Fica a dica: Tem um filme muito sugestivo chamado TOPKAPI, de 1964, no qual roubam a adaga do palácio e provavelmente os personagens vivem ALTAS AVENTURAS. Enfim.


Passaê na Tela Quente, Grobo!
Nesse pátio também fica o Hırka-i Saadet (Pavilhão do Manto Sagrado), que contém artefatos sagrados trazidos do Egito por Selim I e também o manto, o estandarte e a tigela do Profeta Maomé, assim como as espadas dos quatro califas ortodoxos.

Fica a dica: Antes de ir visitar essa seção do Topkapi, seja esperto e dê uma olhada na wikipedia para pesquisar sobre a história do islamismo, porque nós, ocidentais, não fazemos IDEIA da história deles, e você vai ficar cheio de ponto de interrogação na cara ao ver aquele monte de coisa e monte de muçulmano com cara de maravilhado. Acha que não? Espere até ver a miniatura da Ka'aba pra você se perguntar "ONCOTÔ?"

Mas o mais legal MESMO são as relíquias loucas que nego coleciona (e ó, isso não é exclusividade muçulmana não, que eu já cansei de ver ossinho de santo em igreja na Itália), tipos AS BARBAS DO PROFETA Maomé, a PEGADA do Maomé e o DENTE do Maomé. Fala sério, sobrou nada pro enterro.
Pelas barbas do Profeta! (não me canso)

Piadinha inesgotável
No quarto pátio ficam vários pavilhões, terraços e espelhos-d'água. Lá que tem um terraço todinho em mármore com uma bela vista pro Golden Horn. Lá embaixo tem um restaurante chamado Konyali fundado em 1967, em que, se não fosse pelo frio, teríamos deixado a carteira, a bolsa e as calças se tivéssemos comido lá. Mas ele era o plano da minha mãe quando ela leu que era muy chic comer olhando o Bósforo naquele restaurante.




O Restaurante Konyali fica ali embaixo



O terraço é ladeado pela Sala da Circuncisão (Sünnet Odası), em que também não conseguimos entrar devido a restaurações, mas que tem a fachada CHEIA DE MOSAICOS ABSURDOS, construída em 1641 para fazer a circuncisão dos príncipes, e o Bağdad Köşkü, um "kiosk" construído em 1639 por Murad IV após a conquista de Bagdá.

Sala da Circuncisão e seus lindos azulejos de Iznik

Há uma varanda em frente à Sala da Circuncisão conhecida como o Pórtico Iftar e situada à beira do terraço, construída no século XVII. Durante o Ramadã, os sultões costumavam ir lá para quebrar o jejum.

O Pórtico Iftar, onde o Sultão quebrava o jejum do Ramadã

No terraço do lado do Pórtico Iftar

Espelho sem água em frente à Sala da Circuncisão
O Harém do palácio estava definitivamente na minha lista de must-see, mas, infelizmente, no momento da nossa visita, tivemos de enfrentar condições meteorológicas catastróficas, somadas ao fato de que mamãe ainda tinha somente um casaquinho de algodão como proteção contra o frio inclemente. Começou a chover e ninguém quis mais ver uma pedrinha de mosaico na frente.

O harém é pago separadamente, e custa mais YTL 15 para o turista curioso. A propósito, tudo que é mais interessante do que aquilo que está incluído no pacote, costuma ser cobrado à parte na Turquia.

Eu pagaria feliz, porque, para eu me conformar em não ter entrado no harém, compramos um livro com fotos lá de dentro e os mosaicos são de morrer. É claro que esta é a minha humilde opinião de aficcionada em pedrinhas coloridas, porque mamãe e Rachel viram as fotos e falaram "Ah, era tudo igual ao resto do palácio". Enfim. Tirem suas próprias conclusões.

O Harém foi construído na segunda metade do século 16, durante o reinado de Mehmed II, e era um ambiente privado dentro do palácio. As mulheres e crianças do palácio moravam lá. E eunucos castrados que tinham muita influência dentro do palácio também.

Mimimi, o harém
Os otomanos foram ávidos colecionadores e patronos das artes. Suas coleções incluíam objetos asiáticos e europeus além de obras de arte otomanas. O Palácio também contém manuscritos, armas e armaduras, kaftans usados pelos sultões, porcelanas e uma coleção de carruagem (que também estava fechada).

O Palácio Topkapi funciona todos os dias exceto terças-feiras, de 9h às 19h. Vá cedo, evite filas, porque são menos horas para olhar coisas. O ingresso custa YTL 20.


Agora, eu vou tentar não demorar mais 10 anos pra escrever a segunda parte. Esperem e verão.

E o pessoal que ia viajar, hein? Voltaram, gostaram? Deixem seus depoimentos!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Aviso aos navegantes

Queridos leitores,

Vocês, que já devem estar achando que eu abandonei o barco, estou aqui para falar que NÃO, NÃO OS ABANDONEI.

De fato, já havia começado um post com outra lista de top 10 de Istambul, mas tive de interrompê-la; minha casa está em obra, o que torna o processo de achar referências impossível devido ao local incerto e insabido de todas as minhas coisas, no meio de tanta tralha; e também, eu tenho que terminar a monografia da minha pós-graduação para o final desse mês.

Essas são, então, minhas desculpas pela ausência.



Estando, tenho certeza, desse modo, perdoada por todos vocês, prometo voltar em breve com mais posts emocionantes sobre a Turquia.


Grata,

Nathalia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Como ir de Istambul para a Capadócia


Ainda bem que tem gente que posta comentários com dúvidas aqui, e aí eu me lembro de sacudir a poeira e voltar a escrever meus posts.

Deixando Istambul de lado por ora, vou responder à pergunta da Marianne, que quer saber como chegar à Capadócia saindo de Istambul.

A passagem de avião de Istambul pra Capadócia foi a única que havíamos definido desde o começo. Ela custou em torno de 200 reais por pessoa com as taxas. As taxas aeroportuárias na Turquia são bem altas, especialmente as da Turkish. Se você achava que a Gol acabava com a sua festa na hora de comprar aquela promoção de ida e volta a 50 reais, espere chegar na Turquia. São pelo menos YTL 100 em taxas.

A viagem de avião é rápida, coisa de 1h30. Você pode descer tanto no aeroporto de Nevsehir quanto no de Kayseri. Prefira o de Nevsehir que é uma cidade mais perto de Göreme, onde ficam os pontos turísticos principais. Por outro lado, as passagens de e para Kayseri são mais baratas. De Nevsehir para Göreme são 40 km e de Kayseri para Göreme são 70 km.

Mapa da Capadócia no aeroporto de Nevsehir
(e um dos poucos taxis indo embora)

De qualquer modo, não são oferecidos muitos vôos de e para a Capadócia. Principalmente na hora de SAIR da Capadócia, é meio complicado achar vôos bons e baratos. Tinha um trecho que saía de lá às 22h pra chegar 0h em Istambul e a conexão só saía às 7h do dia seguinte! Prestem atenção nessas presepadas, porque, nesse caso, de repente vale até um busão.

As duas cias. aéreas que usamos foram a Turkish e a Pegasus (carinhosamente apelidada de FLYPIGS), que é uma cia. aérea low cost no esquema da RyanAir. Quem já voou, sabe. É questão de custo-benefício, e, no nosso caso, um sanduíche de pepino de de 6 euros era melhor do que costas entrevadas depois de 12 horas. Mesmo com um limite de bagagem de 15 kg por pessoa! 

Eu recomendo fortemente você ir de avião. De ônibus, são 730 km, 12h de busão, então, como as pessoas normalmente não passam muito tempo na Capadócia, talvez é mais interessante poupar a exaustão de uma longa viagem de ônibus e aproveitar o dia conhecendo a Capadócia.

Há ônibus noturnos que saem de Istambul acho que diariamente, custam em torno de YTL 50. Várias empresas operam o trecho, entre elas Metro Turizm and Nevşehir Seyahat (o site é em turco, lasca aí um Google Translate!).

O sistema de ônibus é bem farto, então normalmente não é necessário comprar os bilhetes com muita antecedência, a não ser em feriados nacionais e islâmicos. Basta ir até o terminal de ônibus no dia, comprar o bilhete e pegar o próximo ônibus.

Peça sempre ajuda ao seu hotel, eles sempre auxiliam com esse tipo de coisa, conseguir transporte até estações e aeroportos, ajudam a marcar assentos e reservar passagens e tudo mais.

A melhor estação para pegar o ônibus é a Harem, no lado asiático, que pode te poupar quase uma hora de viagem do que se você sair da estação principal (Büyük Otogar) em Bayrampaşa. (A maioria dos ônibus para em Harem depois de sair da estação principal para pegar mais passageiros).

No site www.goreme.com eles disponibilizam uma tabela com o preço e tempo médio de viagem em relação a Göreme.

Quem opera esse site é a agência de turismo Heritage Travel. Eles também agendam shuttles dos aeroportos diretamente pro seu hotel, que custam 10 euros por pessoa. Aconselho fortemente reservar o shuttle porque os aeroportos são pequenos e inóspitos e se você encontrar um taxi lá vai ter que sair no tapa com alguém pra pegá-lo.

Na modesta pista de pouso em Nevsehir.
Não tinha uma bola de feno rolando ali atrás?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Top 10 comidas e bebidas pra se comer na rua

Assim como quando a gente vai ao Rio, é obrigatório se tomar mate do barril de latão e comer um bixcoito grobo, e quando a gente vai a Natal é obrigatório comer umas castanhas de cajú, não poderia faltar umas comidinhas de rua típicas para quem anda na Turquia, e, mais especificamente, em Istambul.
Inspirada por uma lista do The Guide, eu fiz a minha, com itens que eu provei em sua maior parte.

Nada do que está na lista é difícil de achar, e quem for a Istambul terá, ao menos 452 chances de experimentar cada um. Se tem algo que eu não experimentei, foi porque eu dei mole ou não quis mesmo.

TOP 10 STREET FOODS AND DRINKS
(Não necessariamente nessa ordem)

1. Ayran - Trata-se de uma bebida que é uma mistura de iogurte, sal e água. Muito popular na Turquia, é tomada como acompanhamento do döner dürüm (veja abaixo), tost (o primo do nosso queijo-quente) e dos variados kebabs. 
Na primeira vez, minha mãe ficou curiosa de ver tanta gente tomando o conteúdo daquele potinho e pediu durante nosso vôo Istambul-Nevsehir e eu tomei achando que era iogurte docinho, porque todo mundo tomava enquanto fazia as refeições, como se fosse um suquinho de laranja. Não era docinho, não. Parecia uma coalhada aguada.
Na segunda vez, me foi oferecido junto com um tost, e, pra não fazer desfeita, tive que tomar. Minha mãe me fez o desfavor de ler que havia sal nos ingredientes, e aí pedi arrego e parei de tomar. Porque sério mesmo, quem toma bebida salgada????

2. Döner dürüm - É um wrap de carneiro assado com tomate, batata frita, alface e pimenta em um pão-folha conhecido como dürüm, vendido em vários büfes (fast-foods turcos) pela cidade. Na Europa, e até mesmo em alguns lugares aqui no Brasil, é conhecido só como döner ou como kebab. Dizem que o ayran é um ótimo acompanhamento para esse wrap (mas há controvérsias).





3.  Raki - raki é um licor derivado da uva e com sabor de anis, semelhante a outras bebidas como o árabe arak e o grego ouzo. É considerada a bebida nacional da Turquia e é, às vezes, chamada a "leite de leão"porque, quando a água é adicionada, a mistura fica com uma cor esbranquiçada. A maioria é bastante alcoólica (40% a 45% de álcool) e portanto, é normalmente diluído em água fria ou gelada.
Tive várias chances de experimentar o raki mas não consegui. A Turkish Airlines serve até durante o vôo. Primeiro porque me pareceu muito doce e depois porque sempre me disseram que é muito alcoólico e álcool + açúcar pra mim não é lá uma combinação muito benta. Eu já tinha provado um licor de anis na Itália, em La Spezia, na Ligúria, onde eles tomam muito esse tipo de licor, e doía até o dente de tão doce. Tanto que se botava grãos de café dentro para suavizar o gosto.
Mas eu experimentei um ouzo de café na Grécia, e era bom. Bem doce. Eu também trouxe um ouzo vermelho bonito pro meu namorado mas eu duvido que ele algum dia vá abrir a garrafa....

Enfim, alguém experimente o raki na Turquia e me diga se eu perdi muito.

4. Simit - Simit é uma rosquinha salpicada de sementes de Sésamo, tipo um bagel. Tem milhões de carrocinhas listradas de branco e vermelho vendendo simit. No começo, ficamos em dúvida sobre se ele era salgado ou doce, mas descobrimos que é salgado mesmo, e é bem gostoso. Comemos um no barquinho durante nossa aventura para a Vila no Fim do Mundo, que foi a abertura do nosso vídeo de reclamação sobre o Banco do Brasil, abaixo:




5. Elma Çay - Meus amigos e minhas amigas. O tal do Elma Çay mudou nossas vidas. Trata-se do chá de maçã. Toda vez que você entrar em qualquer estabelecimento que seja, da agência de turismo à banquinha de pashmina no Gran Bazaar, o turco que está lá vai perguntar se você aceita alguma coisa, de preferência um çay, que ou é o chá preto tradicional deles, ou o apple tea. O chá preto é um chá preto qualquer.
Já o chá de maçã é MÁGICO. Não é um chazinho de saquinho. Eles servem um chá instantâneo já adoçado. É claro que ainda dão mais uns 2 cubinhos de açúcar, porque turco quer matar todo mundo de hiperglicemia.
No Grand Bazaar, pra onde quer que você olhe, há um turco carregando uma bandejinha cheia de copos de çay.
Eu nem sei se esses chás têm controle de qualidade, parece uma parada meio paraguaia-árabe, mas vendem-se aos montes, caixas e mais caixas, em qualquer lugar, do mesmo jeito que as caixas de lokum.
Normalmente eles servem o de maçã verde, mas há de maçã vermelha e de maçã vermelha e verde misturadas, tudo ao gosto do freguês.
Compramos 2 caixas de 500 gramas mas já estamos pensando O QUE FAZER quando essas caixas acabarem.
Mermão, fica ligado. Aquele pozinho tem dorgas viciantes.

O chá mágico vem nessas caixinhas


6. Castanhas Assadas - As castanhas portuguesas assadas também são encontradas em qualquer lugar, principalmente em frente à Mesquita Azul ou à Hagia Sophia, em carrinhos listrados de vermelho e branco como os do simit. Como eu já tinha comido muitas quando morei na Itália, dessa vez eu não comi castanhas, principalmente porque elas são muito gordurosas. Mas comer um saquinho de castanhas é totalmente chic-inverno-europeu!


7. Café turco (türk kahvesi) - A primeira vez que tomei café turco foi, claro, na Embaixada. É um café bem preto com uma espuminha com bolhinhas coloridas. Confesso que pensei que fosse cremoso. Não, na verdade ele é só forte mesmo, muito forte. Estranhei muito porque o pozinho fica boiando no líquido, e sou meio fresca com sólidos na minha bebida. Quando acabei, tinha minha primeira borra de café no fundo da xícara, que virei no pires e esperei que a mãe do embaixador me lesse para dizer minha sorte. Como tinha que esperar a borra assentar, fui embora trabalhar e acabou que a única que sabe minha sorte até hoje é a mãe do embaixador.
O café turco é uma parte intrínseca da cultura turca. Dizem que é um ótimo digestivo para refeições pesadas. É tomado normalmente com a família ou amigos. Pode ser servido sade (sem açúcar), orta (médio) ou şekerli (açucarado).
O café turco representa um estilo único de torrar, moer, servir e beber café. Ele é servido em fincans, que são as delicadas xícaras de café turco e tradicionalmente feito em cezves, um pote de cobre com formato de sino.
Quando você termina o seu café, atenção, NÃO SE COME A BORRA! Eu já vi diplomatas fazendo isso. A borra, a gente deixa na xícara ou vira no pires se der a sorte de ter alguém que lê borra de café por perto.


8. Mexilhões recheados (midiye dolma) - Na hora que eu vi, eu salivei. Eu adoro ostra e essas coisas, e pensei que eles serviam como se faz na praia; abre a ostrinha, mata ela com limão e engole.
Só fui descobrir que não era isso quando o senhor do mexilhão recheado me deu de comer na boquinha (aparentemente é esse o costume lá): são conchas de mexilhão recheadas com mexilhão, arroz, molho, e, surpreeesa; pimenta do reino. Depois ele esguicha um montão de limão (que eu adoooooooro em qualquer coisa) e chucha na sua boca.
Depois de fazer aquela minha cara indefectível de DAMN HOT, o que aconteceu em 99% das vezes em que eu comia alguma coisa na Turquia, eu deixei minha queimação pra lá e fui e pedi outra. Depois, ele chuchou uns mexilhões na boca da minha irmã e todo mundo saiu de lá feliz cheio de pimenta na boca.
Esses aí eu comi no Balik Pazari, o Mercado de Peixe, que tem acesso pela Istiklal Caddesi, a rua das compras. Mas também vi em vários outros lugares pela Turquia inteira.
Fiquei me questionando da salubridade de comer mexilhões com arroz num mexidão preparado sei lá quando, em que condições, mas né, a gente toma mate de barril na praia.

O sr. dos mexilhões, logo após chuchar sua iguaria goela da Rachel abaixo

9. Sucuklu tost - Como eu disse anteriormente, a tost turca equivale ao nosso queijo-quente. Adicionando umas fatias de outro clássico turco, o sucuk, que é uma salsicha apimentada (não me diga), você faz o sucuklu tost!
Na ocasião em que me serviram ayran pela segunda vez, mais especificamente no escritório do Sr. Faik, o homem que salvou nossa vida em Marmaris, e sobre o qual falarei mais a frente, ele serviu também um desse sucuklu tost para cada uma de nós. Era um misto quente com anabolizante, enooorme e super recheado, e valeu como almoço e parte do jantar (sem brincadeira!). Muito bom para pessoas com fome. Claro que, a esse ponto, eu já não me importava se a parada ia ter pimenta ou não, porque certamente a resposta ia ser sim, então MANDA PRA DENTRO PIMENTA E COALHADA SALGADA! 

Embasbacadas com a gentileza do mr. Faik e com o tamanho do tost
(meu ayran tava ali do lado do saco plástico)

10. Lokuns - Eu sei que lokuns e baklavas não são exatamente comida de rua. Mas, em qualquer lugar que você ande, você encontra uma barraquinha vendendo caixas de lokum ou uma loja de doces vendendo lokuns artesanais. As barraquinhas normalmente vendem aquelas caixas paraguaias tipo as do chá, e o sabor é meio enlatado. Esses artesanais são muito mais gostosos e fresquinhos.
Lokum, conhecido no Brasil como Delícia Turca, é uma sobremesa feita de maisena e açúcar. Tem geralmente sabor de rosas ou frutas e consistência de geleia. É normalmente coberto com açúcar de confeiteiro ou coco ralado.
No Bazar de Especiarias, compramos alguns lokuns feitos de mel, que descobri serem muito mais gostosos do que os de açúcar. Compramos uns só de mel com pistache e uns de mel com sabor de romã com pistache. DE-LI-CI-O-SOS! Nos arrependemos de não ter trazido mais desses de mel. Recomendo comprar só desses!



----x----

Gente, há muita comida de rua para aproveitar por lá, mas que não pus na lista senão não seria um TOP 10.
CONTUDO, vou quebrar o galho de vocês e botar outros off the list:
  • Há os pirulitos feitos na hora (osmanli macunu), uma meleca que o mocinho estica num pauzinho e você sai chupando. Sempre tem um monte desses na frente da Mesquita Azul na hora das rezas. Como eu sou diabética, eu preferi passar longe, porque aí já é abusar, né?



  • Tem o sorvete turco, o dondurma, que ficou famoso com o vídeo do turco fazendo o japinha de palhaço. E é assim mesmo, todos fazem a mesma coisa. O sorvete tem uma liga que permite que o sorveteiro brinque com ele e faça coisas que até o diabo duvida. Ele tem uma consistência muito estranha. Pra mim, decidi que deve ser a mesma coisa que lamber uma água-viva!!! Mas vale comprar o sorvete só pela performance do sorveteiro.


  • Suco de romã - Em vários lugares pelas ruas, tem essas barraquinhas onde eles fazem sucos de romã, grapefruit ou laranja, espremidos na hora. Romã é uma fruta super exótica pra nós, brasileiros, e eu não sabia ser possível extrair suco de uma fruta que tem mais semente que parte suculenta. E não é que é uma delícia? Precisam-se de umas 2 romãs para fazer o suco, mas ele sai. É azedinho e vai apetecer a quem gosta de  sucos assim, tipo graviola.