segunda-feira, 2 de maio de 2011

Da Sucumbência à Cultura

Eu poderia dizer que, em vez de estar em Istambul, eu preferiria estar em Paris. Cheguei a mandar um email à minha mãe dizendo que essa viagem depunha contra minha elegância. De fato e, à princípio, Istambul é uma cidade feia e escura. Velha demais. Para contribuir ainda mais para o choque cultural de quem vive em Brasília, uma cidade de apenas 50 anos, o País, apesar de se dizer laico, é completamente Islâmico: as mulheres, em sua maioria cobertas dos pés à cabeça, as orações transmitidas em megafones a partir das 5 horas da manhã, as pessoas que param suas atividades para se ajoelharem em direção a Meca.

Mas, à medida que o roteiro prosseguia, que começávamos a nos confundir (e fundir) com aquela cultura milenar, que conhecíamos outras cidades, relevos jamais imaginados, paisagens que saltavam aos olhos, se não por beleza, por estranheza, como é o caso da Capadócia e suas formações vulcânicas, posso dizer que foi umas das viagens mais emocionantes de toda minha vida.

Aliado ao fato de estar na companhia de minhas duas filhas, a emoção de conhecer determinados lugares é indescritível, não dá mesmo pra contar: você tem que ESTAR no Anfiteatro de Aspendos, subir todos aqueles degraus pra se emocionar, você tem que PISAR no solo calcário de Pamukkale e sentir a água se tornando quente à medida que se aproxima da fonte, você tem que VER o azul do mediterrâneo Grego pra entender Caetano Veloso que canta (em outro contexto, mas que se aplica ao caso) "(...) naquele azul, quase inexistente, azul que não há...". Não dá apenas pra explicar!!

Por várias vezes tive vontade de chorar.

Nenhum arrependimento pelo cansaço, ao contrário, gostaria de ter tido mais disposição para poder acompanhar as meninas.

Mas foi de bom tamanho. Como diz a Nathalia, "there's no place like home".

Grécia, me aguarde novamente!!

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